O esporte mais popular do Japão há milênios, apareceu pela primeira vez no livro Kojiki (crônica das coisas de antanho), de 712 d.c., reza a lenda relatada no livro, que no século 5, deuses que habitavam as ilhas do arquipélago japonês teriam lutado para determinar a força do soberano. Como uma luta entre dois deuses, demonstrações foram feitas para imperadores e em festas religiosas nos templos xintoístas.

História

No século 7, já havia competições e segundo consta, o imperador Seiwa conquistou o direito de ocupar o trono, graças a uma luta de Sumo realizada em 858. Nessa época, a corte imperial promovia competições para assegurar boas colheitas e no século 16 já realizava-se torneios por todo país.

Com a regulamentação inicial de 51 golpes, o esporte começou a se tornar popular e na era Tokugawa (1603-1868) o Sumo se tornou profissional, financiado pelos daimyo (senhores feudais das províncias) e apoiados pela população. Desde então, a estrutura organizacional do Sumo moderno consolidou-se e seus elementos fundamentais permaneceram em grande parte, inalterados até os dias de hoje. Baseado na crença de que o Sumo fortalece o espírito e melhora o controle mental, a luta chegou as escolas, ao exército e as empresas.

Sumo Hoje

Ainda hoje, os lutadores de Sumo são como mitos e heróis no Japão. Existe no Sumo um sistema de hierarquia e o título máximo que um lutador pode alcançar é o de Yokozuna, “campeão supremo”. A Associação de Sumo promove seis grandes torneios por ano. Durante o torneio que costuma durar 15 dias, todos os lutadores se enfrentam e cada lutador faz uma luta por dia.

É declarado vencedor aquele que conseguir somar o maior número de pontos. Os lutadores ganham prêmios em dinheiro e são classificados num minucioso e complexo ranking.

O Sumo vem crescendo internacionalmente e fez com que diversos atletas de diferentes esportes de luta aderissem a prática do Sumo. Wrestlers, judo-kas e samboístas completam equipes de vários países na tentativa de se adaptarem ao esporte.

O primeiro estrangeiro a ter alcançado o título máximo de yokozuna em toda história do Sumo é o havaiano Akebono. Em 1993, a Associação de Sumo concedeu à ele o título de campeão supremo. Akebono aposentou-se em 2001.

No Brasil

O primeiro campeonato registrado no Brasil, aconteceu em 1912 na cidade paulista de Guatapará, uma das maiores concentrações de imigrantes japoneses no início do século. Saudosos da terra natal, treinavam em meio aos cafezais e organizaram, em Mogi das cruzes, 1962, o primeiro Campeonato Brasileiro. Em 1963, fundaram a federação paulista de Sumo.

A Luta

No Sumo vence a luta quem conseguir que o adversário coloque o pé fora do ringue (Oshi Dashi) ou que faça o oponente tocar o chão com qualquer parte do corpo que não sejam as plantas dos pés.

O choque inicial do combate é chamado banzai, onde os dois lutadores vão de encontro um ao outro com o objetivo de derrubar o adversário, ou empurrá-lo para fora da arena, o dohyo. É permitido ao lutador, agarrar e puxar o cinto (mawashi) do oponente para tentar desequilibra-lo. Tapas, empurrões e quedas também são permitidos, menos socos com os punhos fechados. As quedas são amenizadas pela gordura, massa corporal e pelo nó tradicional que prende o cabelo, hábito herdado do século 17. Não existe limite de peso e muitos lutadores passam anos tentando engordar o máximo. O peso médio dos combatentes é de aproximadamente 160 kg e o rikishi mais pesado de que se tem notícia chega a 270 kg.

Na realidade, o Sumo parte de uma cerimônia xintoísta e todo esse espetáculo ritualístico antes das competições, muitas vezes sobressaem-se às lutas. Até hoje, existe uma forte influência religiosa nas lutas, a começar pela arena que é um local sagrado, que fica sob uma réplica de um templo xintoísta. Por isso, antes de entrarem no ringue, os lutadores purificam-se lançando sal diante de si próprios.

Os encargos xintoístas recaem sobre o yokozuna. Ao se tornar “campeão supremo”, o lutador torna-se automaticamente um sacerdote xintoísta.

Glossário do Sumo

Tchiri – Movimento feito antes das lutas para mostrar que os lutadores não escondem armas, eles batem as palmas das mãos duas vezes e abrem os braços deixando as palmas das mãos visíveis.

Dohyo – O ringue em que é disputado o Sumo, uma plataforma quadrada (com uma altura de 60cm) feita de terra batida com um grande círculo desenhado com aproximadamente 4,55 metros de diâmetro.

Mawashi – A vestimenta de todos os lutadores de Sumo, que lembra um tipo de fralda usada tanto nos treinamentos como nas competições (o uso de sunga debaixo do Mawashi é facultativo).

O-icho – Penteado usado por todos os lutadores, em torneios ou ocasiões formais.

Tikaramizu- Água especial, colocada numa tina de madeira ao lado do ringue, com a qual os lutadores matam a sede antes de cada confronto. Serve também como ritual para concentrar as energias dos competidores.

Rikishi – Lutador de Sumo.

Shio – Sal que fica num recipiente ao lado do ringue. Antes de cada confronto os próprios lutadores espalham o sal no ringue para purificá-lo, eliminar os maus espíritos e proteger os atletas de contusões.

Yokozuna – A mais alta posição que um lutador pode chegar. Normalmente são chamados como lendas vivas do Sumo e ganham fortunas.

Tyon mague – Penteado (coques feitos no alto da cabeça dos lutadores) especial que só pode ser utilizado pelos Yokozunas. Somente eles tem autorização do imperador japonês para usar este penteado.

Gyoshi – Os árbitros das competições de Sumo que são ranqueados em oito níveis. Ele sobe no ranking de acordo com a idade e competência no Dohyo.

Dohyo Matsuri – Cerimônia xintoísta que abre qualquer evento de Sumo. Nela se homenageia os deuses e pede-se proteção e realização de boas colheitas.

Ninjutsu é uma arte marcial japonesa com raízes que datam mais de mil anos atrás. Existiam no Japão, muitas escolas e famílias de ninjutsu, mas durante a era de paz civil no Japão, não eram mais necessários, os serviços dos ninjas. Em razão disso, muitas dessas escolas desapareceram, porém algumas mantiveram a tradição viva ensinando as suas crianças, passando de pai para filho os segredos dos ninjas.

Os ninjas tiveram funções diferentes em determinadas épocas da história do Japão. Houve épocas em que eram guerrilheiros, terroristas, assassinos e em outras épocas eram agentes secretos do governo japonês, instrutores de polícia e assim por diante.

Ninjutsu, foi desenvolvido como um sistema de combate por povos que viveram principalmente nas províncias de Koga e Iga, e sabiam da importância de um estado psicológico e uma saúde mental boa. Existiam muitos clãs diferentes de ninjas, cada qual com seu próprio estilo.

O ninjutsu influenciou a história, a política e a cultura do Japão. Os verdadeiros guerreiros da escuridão começaram a desenvolver sua maneira de sobrevivência, auto-defesa, táticas marciais com armas, camuflagem, espionagem e guerrilhas, que mais tarde passaram a ser conhecidas como ninjutsu.

História

Durante a longa guerra civil que durou até o fim do século XVI, algumas famílias que habitavam as regiões montanhosas na região de Honshu, eram impedidas de portar espadas ou armas, então desenvolveram técnicas marciais para se proteger e foram forçados a praticar seus conhecimentos ninjas em segredo, nas montanhas e florestas. Essas famílias de guerreiros desenvolviam suas habilidades em harmonia com a natureza e treinavam diferentes tipos de combates e praticavam meditação. Quando necessário, essas famílias se uniam para lutar contra os inimigos.

Como em qualquer sociedade, havia crápulas entre os ninjas, que não tinham o menor pudor em utilizar os conhecimentos adquiridos para fins nada honoráveis, como matadores de aluguéis. Foi ai que o ninja evolui de guerreiro das montanhas para guerreiros da noite e começaram a ocupar parte na história do Japão, pois muitos senhores feudais contratavam os serviços desses ninjas, que eram exceções, para realizar assassinatos e atuar como espiões. Esses ninjas eram samurais, pois serviam a um daimyo, com a diferença de não seguirem o bushido, mais sim, seu próprio código de conduta. Não se importavam em realizar suas missões de maneira desleal, já que sua imagem não era afetada, pois além de atuarem de noite, daí o nome – o guerreiro da escuridão – usavam uma máscara que mantinham sua identidade em sigilo.

Naquela época, os “ninjas do bem” dirigiam suas atividades à família e aos objetivos da comunidade que pertenciam. Mas como as injustiças eram muitas no passado, os ninjas viviam às voltas em inúmeras batalhas. O que levou a condição de guerreiros mortais.

Poucos clãs ninjas vingaram até a entrada do Japão na era moderna, iniciada com o império Meiji, em 1868, o ninjutsu praticamente desapareceu. Meiji queria transformar a então sociedade agrícola e de guerreiros samurais, em um nação industrializada. Seu primeiro decreto foi proibir que os samurais usassem espadas.

Das quase cem escolas existente antigamente, apenas uma sobreviveu até os dias de hoje e esta reunia os ensinamentos de nove clãs diferentes. Um dos principais motivos do desaparecimento do ninjutsu está em sua própria filosofia. Apesar de poder ensinar sua arte marcial e algumas técnicas de combate aos interessados em geral, o ninja só repassa todo o seu conhecimento a um herdeiro determinado e de uma maneira muito especial. Com um agravante extra: o ninja não tem liberdade para escolher este herdeiro. O encontro deve ocorrer de forma natural ou, para os leigos, sobrenatural. É algo inexplicável, transcedental a matéria, é preciso uma afinidade muito grande entre aluno e discípulo, que ira acontecer naturalmente.

Apesar de não serem guerreiras, as famílias ninjas eram constantemente repudiadas pela sociedade feudal. Eram submetidas a taxas de impostos injustas e perseguição religiosa. O ninja aprendeu a agir com mais eficácia por defesa própria. Eles usavam conhecimento superior das forças da natureza e das técnicas militares herdadas ao longo dos anos com armas contra o exército do governo.

Porém muitas de suas táticas eram consideradas covardes. Como atacar o inimigo sem lhe dar chance de defesa. Os ninjas na verdade apenas usavam o bom senso contra adversários mais poderosos. Os senhores feudais tinham ao seu lado os temidos guerreiros samurais, que muitos confundem com os ninjas, apesar de alguns serem mesmo samurais. Os ninjas não quiseram se envolver com o governo protegido por samurais que se estabeleceu na era Kamamura (1192-1333) até o fim do período Edo (1867). Muitas vezes as famílias ninjas usavam seus guerreiros ou fontes de informações para proteger seus membros, evitando que eles se tornassem vítimas de disputas entre grupos de samurais inimigos. O ninjutsu era desenvolvido como uma contracultura para a sociedade japonesa dominada pelos samurais.

Os Ninjas

Os ninjas sempre foram espiritualistas, meio ecológicos. As primeiras famílias que habitavam as montanhas viviam em perfeita comunhão com a natureza, jamais contrariavam suas leis Entre um combate e outro, os ninjas aprenderam a utilizar plantas e ervas como remédios. Em Koga, província de Shiga, berço do ninjutsu, ainda hoje existem inúmeras companhias farmacêuticas originados a partir dos preceitos da medicina natural desenvolvida pelos ninjas.

Ninja

A fé também tornou-se parte integral do ninjutsu. Uma das principais influências espirituais dos ninjas foi Shinto, “o caminho do kami”. Kami é a palavra japonesa para Deus. Mas a filosofia implica em um sentimento mais voltado para uma força sagrada do que para um ser superior. Outra forte influência dos ninjas foi o método Mikkyo de expandir a força interior ou o Ki, baseado no uso de palavras e símbolos secretos para concentrar a energia e as intenções em objetivos específicos.

Os ninjas também foram influenciados por um grupo de nome Shugenja que morava nas montanhas. Esse método consistia em submeter-se aos obstáculos natureza para extrair força da própria terá. È incorreto entretanto afirmar que esses métodos faziam parte das raízes do ninjutsu, o ninjutsu é uma filosofia separada e um modo de vida que não surgiu da noite para o dia. O grande intervalo de tempo entre o império Jinmu e as famílias ninjas das montanhas comprova isto. Apesar de entrar em combate quando necessário, os ninjas eram pessoas comuns que desenvolveram certas habilidades para tentar superar dificuldades nos tempos feudai do Japão. Ninjutsu é freqüentemente traduzido como arte do desaparecimento, mas o kanji “NIN” tem muitos outros significados, tais como perseverança, resistência e principalmente tolerância, que é o mais importante preceito do ninja.

O sucesso dos ninjas nos combates se devia também a uma boa preparação e ao sistema perfeito de dissimulação, até mesmo dentro dos clãs. Não por acaso só ninjas desenvolveram um sistema de combate e espionagem que lhes renderam uma boa reputação como guerreiros. Essa reputação pode ganhar uma nova perspectiva no mundo atual. Os ninjas eram pessoas comuns, mas com objetivo e pontos de vista filosóficos únicos. A filosofia ninja tornou-se parte bastante importante em seu método de combate.

O código do samurai, o bushido, deriva de uma série de princípios gerais para guerreiros, que se transformou numa disciplina formal. A filosofia ninja, embora contendo alguns valores similares, evoluiu através de outra trilha cultural. Quando uma casa ninja era atacada por exemplo, seus moradores “desapareciam” por passagens secretas nunca descobertas. Os oponentes, desconhecendo os ninjas, não compreendiam sua estratégia e divulgavam a lenda de que eles eram mágicos – sem ao menos perceber, que muitas vezes a derrota não era causada por um forte guerreiro, mas sim por uma delicada porem ardilosa mulher.

Kunoichi

Kunoichi
Kunoichi

As mulheres aliás, sempre fizeram parte do mundo ninja, recebendo denominação especial: kunoichi. Mas apenas seus engajados integrantes sabiam que por trás da máscara de um kunoichi estava uma mulher. Mais do que guerreiras, as ninjas eram sensuais e sabiam se aproveitar dessa peculiaridade para seduzir e, na seqüência, aniquilar os inimigos. Elas se davam ao luxo de ter até uniforme exclusivo que estrategicamente, deixavam sua lindas pernas à mostra. Elas eram muito competentes e quase sempre conseguiam cumprir seus objetivos.

Ninjutsu Hoje

A imagem atual de criminosos em potencial, que muitos ainda cultivam pelos ninjas foi herdada do fato de eles combaterem os samurais, que figuravam o lado da classe dominante. Os exageros sobre as habilidades ninjas também são frutos do desconhecimento, pois poucos mortais tinham acesso ao seu restrito mundo. Mas não é somente por causa da eficácia das táticas de combate que a mística sobre os ninjas persiste até hoje. A arte marcial do ninjutsu atrai desde crianças até agentes dos principais serviços secretos do mundo também pela filosofia.

Mais do que embasar a arte do desaparecimento ou as famosas técnicas para matar, o ninpo (essência da imagem ninja) é um método físico, emocional e espiritual de proteção.

Manejo e cerimonial do tiro com arco longo. No passado, o arco era usado como instrumento ritual e mágico. O som de sua corda vibrando era considerado em sintonia com as vibrações divinas.

Kyudo, a arte de atirar com o arco, é uma pratica do samurai, muito antiga no Japão. Era empregada na guerra, com tropa de arqueiros, geralmente a cavalo ou a pé. No Kyudo é muito importante o ritual das posições e desenvolvimento de um alto valor espiritual, já que a prática dá ao arqueiro equilíbrio psico-físico, comando de suas ações e serenidade durante o esforço. As competições tradicionais se desenvolvem colocando alvos a 60 metros de distância.

O desenvolvimento prático do Kyudo é chamado Kyu-Jutsu, enquanto a parte que se dedica ao ensinamento espiritual é chamada Shado.

A Arte do Arco e Flecha

No Kyudo, o momento em que a seta é disparada, três elementos se manifestam simultaneamente, são eles a atitude, o movimento e a técnica, que se unem em um estado de harmonia perfeita.

A benevolência abrange qualidades como a cortesia, a compaixão e a moral. No kyudo, essa benevolência é mostrada indicando a atitude e o comportamento apropriados em todas as situações. Um bom arqueiro de kyudo é uma pessoa que mantem sua compostura e graça, mesmo nas situações mais difíceis.

A beleza realça a vida e estimula o espírito, podendo também ser encontrada na graça e na extraordinária obra artística do arco japonês e da elegância e trajes dos arqueiros tradicionais. A beleza também está na etiqueta refinada que cerca a cerimônia do kyudo. Etiqueta, que é cortesia e respeito, simplesmente comuns para outro, é um elemento essencial na prática do kyudo.

História

Cavaleiro

Kyudo, pode ser traduzido como caminho do arco e flecha, é considerado por muitos, o mais puro de todos os caminhos marciais. No passado o arco e flecha japonês foi usado para a caça, a guerra, as cerimônias da corte, os jogos, e as competições de habilidade. A arte de manobrar o arco e flecha japonês era o Kyu-jutsu (artes do arco e flecha), que abrange as habilidades e as técnicas do guerreiro arqueiro. Antigamente o Kyudo era usado como arma nas batalhas, porém, hoje em dia, o Kyudo moderno é praticado primeiramente como um método do desenvolvimento físico, moral, e espiritual.

Muito foi escrito sobre as conexões filosóficas do kyudo, que é uma arte ligada diretamente a pratica do Zen.

O kyudo foi influenciado por duas filosofias orientais: o Zen, mencionado anteriormente, que é uma pratica de meditação do Budismo da China e o Xintoísmo, a religião do Japão.

Dos dois, a influência de Xintoísmo é muito mais antiga. O uso ritualístico do arco e das flechas, é parte de ritual no Xintoísmo por cerca de dois mil anos. Muitas das cerimônias do kyudo, do traje usados pelos arqueiros, e do respeito ritual mostrado para com o equipamento é derivado da prática antiga do Xintoísmo.

A influência do Zen, é mais recente, datando ao período de Kamakura (1185-1333) quando os arqueiros adotaram o Zen como seu método preferido do treinamento moral.

A influência do Zen no kyudo tornou-se maior nos séculos 17 e 18 em que Japão, ao todo, experimentou um período da paz civil. Este é o período em que os provérbios como “um tiro, uma vida” e “disparar devem ser como a água fluindo” foram associados com o ensino do kyudo. Por causa de seu passado longo e variado, o arqueiro japonês moderno exibirá uma variedade larga dessas influências. Hoje, em todo o “kyudojo” (salão da prática do kyudo), pode-se encontrar pessoas praticando o kyu-jutsu antigo, jogos cerimoniais da corte, rituais com conexões religiosas, e competições da habilidade.

O Kendo surgiu no Japão nas últimas décadas do século XIX, como uma simplificação do Kenjutsu, a arte japonesa de combate com a espada.

O objetivo dos idealizadores do Kendo era manter viva a arte da espada nos tempos modernos, como uma prática acessível a todos. Para tanto, alguns estilos de Kenjutsu foram tomados como base e simplificados, de forma que pudessem ser aplicados por qualquer pessoa sem riscos de segurança. Foi adotado o uso de Bogu (armadura de proteção para treino) e do Shinai (espada de Bambu).

Mesmo assim, nos primeiros anos, a influência do Kenjutsu no Kendo ainda era bem evidente. Era comum praticantes que tinham contato com outros estilos de Kenjutsu utilizarem técnicas não ortodoxas, como duas espadas e posturas de combate destes estilos.

Com a derrota do Japão na 2ª Guerra Mundial, em 1945, a pratica do Budo (Artes Marciais) foi proibida, pois era um dos instrumentos usados pelo governo japonês para inflamar o espírito nacionalista.

Após 7 anos de proibição, fomou-se um comitê para a re-elaboração do Kendo, que deveria seguir os moldes dos esportes modernos, como o basquete, o basebol ou o futebol. A elaboração do Kendo moderno levou 3 anos e foi apresentado ao governo de ocupação como uma forma de esgrima em que se usava as duas mãos.

Kendo
Kendo

Surgiu então o “Kendo Moderno”. O uso de posturas de combate no Kendo foi limitado ao chudan (postura do meio), por se assemelhar à esgrima ocidental. A influência do Kenjutsu foi minimizada. Nesta época, os praticantes que eram flagrados utilizando outras posturas ou duas espadas, eram detidos e levados aos Head Quarters (quartéis-generais) americanos para interrogatório.

Com o término da ocupação americana foi fundada Zen Nihon Kendo Remmei (Federação Japonesa de Kendo) em 1952 e posteriormente a International Kendo Federation (Federação Internacional de Kendo) em 1970. Hoje em dia o Kendo é praticado em quase todos os países do mundo.

No Brasil, o Kendo é praticado desde o início da imigração japonesa.

Kenjutsu

Japão, Era Feudal. Os Samurais dominavam a nação. Na luta por terras e poder, dentro dos limites em seus castelos, os guerreiros treinavam as artes da guerra, buscando assim, além da conquista, honrarem seu nome e de seu clã. E cada feudo tinha o seu próprio estilo de manejar armas, como a lança, a alabarda, o bastão, mas principalmente a espada , arma tida como a Alma do Samurai. Dados históricos chegam a mencionar 200 estilos diferentes de se manejar a espada . A essa arte se dava o nome de KENJUTSU, a Arte da Espada.

O termo “kenjutsu” aparece pela primeira vez em 1281 d.c., após as tentativas dos mongóis de invadir o Japão. Nesta época os samurais começaram a aprimorar as técnicas da espada, levando o desenvolvimento desta a um nível nunca alcançada por nenhuma outra cultura na história da humanidade.

O Kenjutsu atingiu seu apogeu durante o período Edo. Ironicamente, neste período de 200 anos de paz, as artes da guerra floreceram. Mais do que simples técnicas de combate, o Kenjutsu se tornou um caminho de elevação espiritual. Este objetivo permanece até nossos dias, fruto das influências Zen e confucionístas.

No final do século XIX o Imperador Meiji reestabelece o poder imperial. Os Samurais são abolidos como classe. Mas para preservar as tradições, o Kenjutsu é simplificado. Nasce o Kendo.

O chamado “Kendo Moderno” surgiu após a 2ª Guerra Mundial. Com a derrota do Japão, uma das imposições dos E.U.A foi a proibição da prática dos estilos tradicinais de Kobudo. Esta medida visava enfraquecer o espírito nacionalista japonês.

Iaijutsu
Kenjutsu

Após 7 anos de proibição, fomou-se um comite para a re-elaboração do Kendo , que deveria seguir os moldes dos esportes modernos, como o basquete, basebol ou futebol. A elaboração do Kendo moderno levou 3 anos, e foi apresentado ao governo da ocupação como uma forma de esgrima em que se usava as duas mãos.

Mesmo com estas proibições, os mais importantes estilos tradicionais de kenjutsu sobreviveram, graças aos esforços dos Mestres que fizeram de sua vida uma luta para preservar o verdadeiro espírito do Budo japonês.

Shorinji Kempo, é o nome dado no Japão à técnica Shaolin Chinesa (Shaolin é igual a Shorin-ji em japonês) e significa literalmente, o caminho das mãos vazias do templo shaolin. Suas origens datam mais de quatro mil anos atrás a Índia. Da Índia, o budismo se espalhou por muitos países, incluindo a China. Foi introduzido no lendário Templo Shaolin, situado na província de Honan, por Bodhidharma, um monge indiano do sexto século, que viajou para a China com a finalidade de difundir o Budismo. No Templo Shaolin, o Kempo passou a fazer parte do treinamento espiritual para os monges budistas e o monastério ficou famoso por suas artes de luta. Sendo um regime marcial profundamente meditativo, o Kempo, durante muitos anos foi vedado aos leigos, sendo ensinado apenas à aqueles que ingressavam na carreira de monge.

História

O Shorinji Kempo foi desenvolvido e mais tarde introduzido no Japão, por Doshin So (1911-1988), um japonês que, durante aproximadamente duas décadas, viveu na China e lá praticou com grandes mestres as artes marciais chinesas.

Nakano Michiomi (mais tarde ficou conhecido como Doshin So) nasceu na província de Okayama, no Japão. A partir dos 18 anos de idade, viajou à China, lá ele viveu cerca de 17 anos, e teve a oportunidade de estudar diferentes estilos de lutas chinesas. Doshin estudou com o mestre Wen LaoShi em Beijing, 20º Grão Mestre do templo Shaolin da Norte, mais tarde, Doshin So sucedeu o mestre se tornando o 21º Mestre da linha.

No dia 8 de Agosto 1945, a Rússia declarou guerra ao Japão e na semana seguinte, o exército russo invadiu e conquistou com uma vitória avassaladora a Manchúria. Doshin So se encontrava na Manchúria oriental quando o exército russo cruzou a fronteira e ocupou aquele território. Em conseqüência, a 14 de agosto de 1945 o Japão se rendeu incondicionalmente, neste período, após a Segunda Guerra Mundial, Doshin So vivenciou o sofrimento de viver em uma terra estrangeira sob a ocupação do exército inimigo, sofrendo com a fome e a miséria.

Com a experiência desta realidade amarga, Doshin aprendeu importantes lições que serviram para desenvolver os princípios e os ideais do Shorinji Kempo.

Após a derrota do Japão na guerra, Doshin retornou ao Japão, e encontrou um país tumultuado e desestruturado em função da guerra e o povo destroçado pela guerra e quase sem auto estima. Perante isto, decide procurar uma maneira de contribuir com a reconstrução da sociedade, Doshin achava que a filosofia budista poderia ajudar as pessoas a se reestruturarem, mas duvidava que alguém fosse dar ouvidos a discursos e lições teóricas no meio daquele povo conturbado pela guerra. Doshin So teve a idéia de educar o espírito das pessoas, principalmente dos jovens, que viriam a formar novas gerações com o espírito renovado e sadio, através da disciplina marcial, tal como faziam os monges do Templo Shaolin.

Doshin So
Doshin So

Doshin assim que se estabeleceu em seu país natal, pode ensinar os estilos e técnicas de luta que aprendera na China, desenvolvendo um estilo próprio, que engloba sua rica experiência da guerra, e decide chamá-lo de Shorinji Kempo. Doshin So, fundou o Shorinji Kempo no Japão em 1948, e recebeu o título de “Kaiso”, que pode ser traduzido como “fundador”.

Em 1951, o Kongo Zen, uma filosofia de vida que propõe uma ajuda mutua entre as pessoas, para que estas encontrem toda felicidade e alegria tanto para si próprias como para todos os seres humanos, foi estabelecido. O Kongo Zen é a filosofia, e o Shorinji Kempo, é o meio pelo qual se deve entender seus princípios.

Em 1953 criou a federação do Japão de Shorinji Kempo e em 1974 o Shorinji Kempo já havia se espalhado pelo mundo e hoje em dia é praticado em cerca de 30 países.

Shorinji Kempo é uma arte que engloba não só o estilo do “Kempo chinês”, mas sim uma combinação de todas as artes marciais estudadas por Doshin So, adicionada à uma filosofia religiosa.

Karate foi originado na Índia ou na China, há aproximadamente doze séculos. A medida em que a arte foi sendo desenvolvida, estudada, cultivada e transmitida através das gerações, mudanças e contribuições foram somadas para a formação de diversos estilos de karate em evidência atualmente.

História

Há milênios já existiam formas de lutas sem armas, e na época dos samurais no Japão, não existia o conceito de esporte. os guerreiros praticavam artes marciais também como forma de exercícios físicos, através dos quais educavam a disciplina, a moral, o civismo e impunham a paz e a moral à sua Nação.

O grande responsável pelo desenvolvimento do karate, foi o mestre Gichin Funakoshi, que introduziu o karate como esporte no Japão e foi convidado pelo ministério da educação japonês, para dar aulas de karate nas escolas e universidades do país. O mestre Funakoshi pretendeu com seu método que visava a educação física como forma de defesa pessoal, aliada à filosofia dos samurais, mas com base científica, ajudar os estudantes em sua formação como homens e cidadãos úteis a sociedade, tudo isso, sem perder o verdadeiro espírito marcial da luta.

O karate foi considerado “arte divina” pela sua grande eficiência no combate real. Um dos fatos mais importantes para o desenvolvimento do karate, foi o surgimento do “karate-competição” como esporte. Nos anos 30 e 40, o karate começou a se espalhar pelo mundo.

Aqueles poucos indivíduos, que realmente alcançaram uma alta condição na arte do karate, exibem capacidades que parecem estar próximas dos limites do potencial humano. O praticante de karate, uma pessoa altamente treinada nos aspectos físico-mentais, quando se confronta com o atacante, apresenta um comportamento diferenciado e da provas de sentimentos completamente incomuns a alguém tão ameaçado. Existe um ruptura de pensamento intelectual e de emoções como raiva, medo e orgulho. Em lugar disso, ele não se sente como indivíduo separado das coisas que o cercam, como um indivíduo em seu ambiente. Até mesmo seu oponente é olhado como uma extensão de si próprio. É natural que tais sentimentos subjetivos estejam abertos ao estudo científico.

Introdução Filosófica

Estes são os lemas do lutador de karate:

I – Esforçar-se para formação do caráter (Disciplina);
II – Criar o intuito de esforço (Determinação);
III – Respeitar acima de tudo (Respeito);
IV – Conter o espírito de agressão (Desapego);
V – Fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão (Honra).

A palavra “karate” é derivada de uma expressão usada na filosofia zen, que pode ser considerada como parte integrante da filosofia oriental. A palavra “sora” que se pronuncia também como “kara” ou “kuu”, representa o universo. No pensamento zen, a palavra contém o ato ou processo de libertação da pessoa ou seu ego, conseguindo um estado de mente que não é afetado por nada, isto é, estado de inexistência. Este “estado”, significa o esforço para livrar a pessoa de qualquer tipo de desejo e desenvolver um caráter respeitável. Portanto o verdadeiro propósito do karate é treinar de tal forma que o praticante possa viver de maneira agradável, saudável, honrado e digno, sem criar problemas, sem temer ao forte ou poderoso, sem se humilhar ante o homem influente, e sem se tornar cego pelas riquezas da terra (desapego). Esse equilíbrio existe através do In e You, que em conjunto, formam o universo, numa combinação do positivo e negativo. O significado atual do karate, se deve ao mestre Gichin Funakoshi, que mudando o sentido original do nome, introduziu a palavra KARA com significado de vazio, Céu, Universo. TE significa mão e DO caminho. Literalmente karate significa o caminho das mãos vazias (Por isso se diz que o lutador de karate usa o próprio corpo como armas para lutar) ou num sentido mais filosófico, caminho que contém o universo.

No karate existe uma famosa expressão do mestre Funakoshi: “Karate Ni Sente Nashi”, que significa que primeiro a defesa é importante, depois o ataque, sem perder o espírito ofensivo, esse provérbio explica claramente o objetivo do karate que é conter o espírito de agressão. Dessa forma, nota-se a atitude de respeito na prática do “Kata” (Luta imaginária), as quais sempre se iniciam com técnicas de defesa.

Funakoshi com 20 ensinamentos

Gichin Funakoshi
Gichin Funakoshi
  1. O karate inicia-se e termina com saudações.
  2. No karate não existem golpes de agressão.
  3. O karate apóia o caminho da razão.
  4. Conheça-se a si próprio antes de julgar os outros.
  5. A principio lapidar o espírito, depois a técnica.
  6. Evitar o descontrole do equilíbrio mental.
  7. A falha surge com a acomodação mental e física.
  8. O karate não se limita apenas ao Dojo.
  9. A essência do karate se descobre no decorrer da vida.
  10. Dará frutos quando associado a vida cotidiana.
  11. O karate é igual água quente: se não recebe calor constantemente ela esfria.
  12. Não pense em vencer, mas não pense em derrota.
  13. Mude sua posição conforme o tipo de adversário.
  14. A luta depende do bom motivo da teoria In e You.
  15. Imagina que seus membros são espadas
  16. Para o homem que sai do seu portão, existe milhões de adversários.
  17. No princípio, seus movimentos são artificiais, mas com a evolução tornam-se naturais.
  18. A prática de fundamentos deve ser correta. Enquanto em uso torna-se diferente.
  19. Domínio do seu corpo na coordenação, na força, na velocidade e elasticidade.
  20. Estudar, criar e aperfeiçoar-se constantemente.

É comum que o principiante praticante de karate, notando seu rápido desenvolvimento, seja tomado por uma onda de impetuosidade, sentindo a necessidade de por em prática seus conhecimentos adquiridos. Esta idéia deve ser detestada e sanada, para que não venha a afasta-lo do real objetivo do karate, que é o de nobreza de espírito, domínio da agressividade, modéstia e perseverança; “possuir suavidade no seu exterior tendo quando necessário, coragem de enfrentar milhões de adversários, vibrar no seu interior”. Esse é o verdadeiro espírito do karate.

final do século XIX, O Jiu-jitsu começou a perder popularidade por causa de seus golpes violentos.

História

Um japonês chamado Jigoro Kano, praticante de Jiu-jitsu, resolveu criar um novo esporte que não fosse violento e ainda pudesse ser eficaz na formação do indivíduo. A nova luta além de ser útil para a defesa pessoal, poderia ser importante também para superar as limitações do ser humano.

Kano selecionou as melhores técnicas de Jiu-jitsu, os golpes mais eficazes e os mais racionais. O Jiu-jitsu era urna prática guerreira baseada na leveza do corpo e do espírito no entanto tinha diversas técnicas perigosas que foram eliminadas, aperfeiçoou a maneira de cair, criou uma vestimenta especial de treino (o Judo-gi), pois não havia um traje específico para a pratica do Jiu-jitsu, e dedicou-se particularmente aos métodos de projeção ao solo, aperfeiçoando vários golpes de sua autoria.

Kano pensou que a sua nova arte deveria ter outro nome, pois a sua prática era diferente do Jiu-jitsu. Tendo em conta a sua essência, a não resistência e o aproveitamento da força do oponente chamou a esta nova arte de Judo e criou regras para um confronto esportivo baseado no espírito do ippon-shobu (luta pelo ponto completo). O Judo (caminho suave, em japonês) é uma luta de defesa que utiliza a força do corpo do adversário na execução dos golpes.

No começo, Kano deu o nome de Judo Kodokan à nova luta, pois os adeptos do esporte aprendiam as técnicas na famosa escola Kodokan, antes chamada de Eisho. Naquele tempo, eles enfrentavam os lutadores de Jiu-jitsu e quase sempre saiam vitoriosos.

Jigoro kano
Jigoro Kano

No final do séc. 1886, o Judo foi oficialmente aceito pelo governo japonês. Para difundir o esporte, Kano iniciou em 1889 uma série de apresentações e palestras nos EUA e na Europa. Na década de 30 o Judo já era conhecido em quase todas as nações do mundo.

Jigoro Kano

Jigoro Kano nasceu em 28 de outubro de 1860 em Mikage, no distrito de Hyogo. Começou a praticar Jiu-jitsu aos 18 anos de idade, em razão de sua fraqueza física. Ele aprendeu técnicas de vários estilos de Jiu-jitsu e as aperfeiçoou. Em 1882, idealizou o Judo, mesmo ano em que fundou o instituto Kodokan. Por mais de meio século Kano divulgou o Judo por todo mundo. Mas morreu em 1938, sem ver seu esporte ser reconhecido como modalidade olímpica, o que aconteceu somente em 1964.

Jigoro kano criou novas técnicas para o treinamento de esportes competitivos, que consideravam também a formação do caráter. Ele via o Judo como um treinamento para a vida e não como um esporte isolado.

As artes marciais abrangem somente, os antigos estilos de lutas asiáticas. Portanto, lutas como Boxe, Wrestling, Savate entre outras, não podem ser incluídas nas artes marciais. Existe muita controvérsia a respeito das origens e história das artes marciais. Há também registros, como a Epopéia de Gilgamesh, de métodos de lutas similares ao Jiu-jitsu, como Luta-livre ou Luta Greco-romana, praticado em diversos países pelo menos desde 2000 a.C.

Técnicas específicas de luta, chegaram à China através da Índia, berço das artes marciais. Da China, o conhecimento de técnicas e combates sem armas, estendeu-se entre outras regiões asiáticas. No Japão, predominam as formas de lutas mais populares do mundo. As diversas formas de luta que desenvolveram-se no Japão, na antiguidade, eram conhecidas em geral, como Ju-jitsu ou Jiu-jitsu. O samurai do antigo Japão feudal, ao travar um combate corpo-a-corpo sem armas, estavam pondo em pratica o Jiu-jitsu.

Em relação a caligrafia, optamos por usar a palavra “Jiu-jitsu” ao invés de “Ju-Jitsu” pelo fato de a primeira ser mais usada no Brasil. O significado das duas palavras é o mesmo, bem como o ideograma usado em japonês para escrevê-las (Ju significa suave e Jitsu, arte ou técnica). De fato, a arte tradicional japonesa é conhecida por Ju-jitsu, mas foi adaptada no Brasil, provavelmente para diferenciar o estilo brasileiro desenvolvido pela família Gracie, conhecido como Brazilian Jiu-Jitsu.

História

Apesar de se tornar mais popular no Japão, a história do Jiu-jitsu começou na Índia (por isso a cognominação “o berço das artes marciais”), há mais de dois mil anos atrás.

Os monges monastérios indianos eram proibidos, pela religião, de se defender com armas. Mas em suas longas caminhadas, eram atacados por bandidos das tribos mongóis do norte da Ásia, nascendo então a necessidade de defesa corpo-a-corpo. Conhecedores de pontos vitais do corpo, desenvolveram um tipo de defesa especial para o tipo físico do seu povo, baixinho e franzino. Essa espécie de embrião do Jiu-jitsu acabou atravessando as fronteiras da china e indo para o arquipélago japonês, lá cultivado, conhecido apenas por nobres e samurai, o Jiu-jitsu, que significa literalmente, “Arte suave”.

Antigamente havia vários estilos de Jiu-jitsu e cada lutador tinha seu estilo próprio. Por isso o Jiu-jitsu era conhecido por vários nomes, tais como Kumiuchi, Aiki-ju-jitsu, Koppo, Tai-Jutsu, Gusoku, Koshi-no-mawari, Yawara, Hade, Jutai-Jutsu, Shubaku etc. No fim da era Tokugawa, existiam cerca de 700 estilos de Jiu-jitsu. Cada estilo tinha características próprias. Alguns davam mais ênfase às projeções ao solo, torções, estrangulamentos e outros enfatizavam ainda, golpes traumáticos como socos e chutes. A partir de então, cada estilo deu origem ao desenvolvimento de artes marciais conhecidas atualmente de acordo com suas características de luta, entre elas o Judo, Karate e Aikido por exemplo.

Por muito tempo, o Jiu-jitsu foi a luta mais praticada no Japão, até o surgimento do Judo como esporte em 1882. O Jiu-jitsu chegou a ser proibido no Japão durante um certo período como crime de lesa pátria. Com a introdução da cultura ocidental no Japão promovida pelo imperador Mutsu Hito (1867 – 1912), as artes marciais ficaram esquecidas. Elas só foram valorizadas mais tarde, quando o ocidente também já apreciava esse tipo de luta.

Jiu-Jitsu no Brasil

Mitsuyo Maeda
Mitsuyo Maeda, Conde Koma

O mestre japonês, Mitsuo Maeda conhecido como Conde Koma, veio ao Brasil em missão diplomática, quando em Belém, Pará, conheceu Gastão Gracie, iniciando-se uma grande amizade. Conde Koma na realidade, era sensei da escola Kodokan de Judo no Japão e em razão de afinidade e favores prestados por Gastão, começou a transmitir seus conhecimentos à seu filho, Carlos Gracie, que após aprender a arte ensinou a seus irmãos, em especial a Hélio Gracie, eles aprimoraram as técnicas aprendidas tornando-as mais eficiente e acessíveis ao tipo físico de qualquer pessoa. Foi aí que nasceu o chamado Brazilian Jiu-jitsu, uma das melhores e mais eficientes forma de auto-defesa do mundo, já provadas, pelos resultados das constantes competições chamadas mixed martial arts, existente no mundo.

O Jiu-Jitsu hoje, por sua necessidade em difundir-se como esporte, tem regras e conseqüentes limitações, mas continua sendo uma arte marcial completa. O lutador de Jiu-Jitsu, apesar de não ter o conhecimento de projeções que um lutador de Judo tem, e não ser especializado em chutes e socos como o lutador de Karate, tem conhecimentos dos fundamentos dessas técnicas e treinamento único de combate no solo, que faz do Jiu-Jitsu uma luta que se equivale muito a um combate real.

Homens, mulheres, meninos e meninas de todos os continentes praticam o Jiu-Jitsu. Além do aprendizado da defesa pessoal, esta luta traz benefícios para o seu corpo aumentando o seu tônico muscular, e sua capacidade cardiovascular, além disso você também será mais saudável mentalmente, pois quem pratica esta arte ganha mais autoconfiança, fica mais bem disposto, faz amizades, e por fim elimina todo o seu stress no tatame.

A habilidade notória e inigualável dos samurais no combate com espada é mundialmente conhecida. Tanto na literatura quanto no cinema, através dos filmes do consagrado diretor Akira Kurosawa, onde é mostrado na figura do samurai, que o manejo do katana transcende para um estado de arte, um caminho a ser trilhado.

O Iaijutsu é a arte de desembainhar o katana contra um oponente imaginário de uma forma rápida, precisa e eficiente. Originalmente, era uma prática essencial da qual podia depender a vida do lutador. Simboliza a essência da perfeição nas artes marciais, pela sua simplicidade, precisão e poder.

A sua prática demanda muita concentração, presença de espírito e equilíbrio que são desenvolvidos ao longo dos treinos. As sequências realizadas no Iaijutsu podem ser divididas em quatro fases: Nukitsuke, Kiritsuke, Tiburi e Noto. Contudo esta divisão faz-se notar de maneira sutil em que a correta execução dos movimentos forma um ciclo fechado e harmonioso.

Nukitsuke, a primeira fase, é onde o praticante, percebendo a intenção de ataque do oponente, desembainha o katana visando cortá-lo antes que o adversário desfira o golpe. A concentração aliada a uma respiração correta é muito importante pois dependendo da sequência executada, o número de adversários e a direção de onde os golpes provêem são extremamente variados.

Kiritsuke é a fase a que se segue o Nukitsuke e é onde ocorre o corte propriamente dito. O golpe deve ser desferido com firmeza para que seja preciso e eficiente visando frustar qualquer reação do oponente.

Tiburi, a terceira fase, é onde após a derrota do adversário, é realizado o movimento para limpar o sangue do katana. Dependendo do estilo e da sequência, existem vários movimentos diferentes para realizar o Tiburi.

Noto, a última fase que fecha o ciclo da sequência, é onde o katana é embainhado após a derrota dos oponentes. Apesar de ser o encerramento da sequência, é importante ressaltar que a concentração e a prontidão devem ser constantes pois o ciclo pode se reiniciar a qualquer momento. Afinal o samurai tem de estar sempre preparado e sereno.

Aikido é uma arte marcial originária do Japão, criada pelo mestre Morihei Ueshiba, O-sensei (1883 – 1969), que buscou coordenar à perfeição as atividades conjuntas do corpo e da mente com as leis naturais, isso porque os movimentos do Aikido, sem exceção, seguem as leis da natureza. São cheios de vigor e energia, mas aplicado sempre ao princípio de não-resistência e da abstenção de força bruta.

História

Morihei Ueshiba nasceu em 14 dezembro de 1883 na cidade de Tanabe no Japão. Ueshiba que antes se chamava Moritaka, desde pequeno se interessava religião e foi encorajado por seus pais a praticar Sumo, natação e mais tarde o Daito Ryu AikiJiujitsu, a arte mãe do Aikido.

Ueshiba via o Daito Ryu AikiJiujitsu (Antes, no Japão, o Jiu-jitsu era a luta mais praticada e dos muitos estilos, o Daito Ryu AikiJiujitsu, desenvolvido por Minamoto Yoshimitsu, foi o que deu origem ao Aikido), como uma simples forma de combate, percebeu que essas técnicas marciais que praticava e ensinava, poderiam ser usadas para se realizar a ‘purificação’ do homem e assim se harmonizar com o universo.

Como Morihei Ueshiba era uma pessoa muito religiosa e impregnou no Aikido, o Xintoísmo, principal religião do Japão, que tem como princípio que o homem tem natureza divina, mas em razão de suas ações, fica ‘sujo’, e é necessário uma purificação, que consta de um treinamento austero. Segundo o Xintoísmo, o homem deve se integrar com a natureza e com o Universo para poder recuperar sua pureza e conseqüentemente sua divindade.

O ponto culminante que deu forma e inspiração para Ueshiba fundar o Aikido, aconteceu quando um espadachim atacou com um Bokken a O-sensei, nome como é chamado Ueshiba pelos Aikido-kas, que significa Grande Mestre. Por mais que o espadachim atacasse e se esforçasse, não conseguia atingir ao Ueshiba que se esquivava, e esse processo se repetiu por algum tempo até que o samurai se cansou e foi embora sem atingir sequer um golpe em O-sensei. Repentinamente sentiu uma sensação estranha, como se raios dourados luminosos saíssem da terra e envolviam seu corpo, ele podia entender tudo a sua volta, a natureza se revelava para Ueshiba de forma nunca antes experimentada. O-sensei percebeu que seus movimentos marciais serviam para leva-lo aquele sentimento de iluminação espiritual.

Morihei Ueshiba passou a partir de então, a modificar os katas do AikiJiujitsu de forma a transforma-los em técnicas mais suaves que poderiam ser praticadas por qualquer pessoa, para que servissem como um exercício físico, espiritual e não apenas como uma arte de guerra para eliminar o inimigo, surgia então o Aikido. Juntamente com seu filho, Morihei Ueshiba passou a difundir sua arte marcial e fundou o Aikido no mundo.

Morihei Ueshiba

Morihei Ueshiba

Morihei Ueshiba nasceu em 14 de dezembro de 1883, na prefeitura de Wakayama, conhecida hoje como Tanabe. Seu pai, Yoroku, era um samurai e encorajava seu filho a praticar esportes. Ele tinha um interesse por religião, poesia, artes e leitura. Em 1901, Ueshiba viajou para Tókio para trabalhar como comerciante, e lá praticou estilos de jiu-jitsu e kendo. Uma doença o obrigou a voltar para sua terra, e aos 19 anos se casou. Morihei recuperou rapidamente a saúde, mas naquela época, as relações internacionais entre Japão e Rússia estavam muito ruins, então o jovem decidiu se alistar no exército em busca de aventura, mas em razão de sua baixa estatura, 1,50m, foi impedido de ingressar no exército. Determinado, ele ficou sozinho nas montanhas dependurando-se nas árvores com um peso nas pernas para expandir sua altura. Finalmente ele foi aprovado no teste físico e em 1903 ingressou na infantaria. Durante a guerra Russo-japonesa na Manchúria, apesar de estar na facção derrotada Morihei mostrou sua habilidade de antecipar-se a um ataque, dizia que podia prever a bala das armas vindo em sua direção mesmo antes de ser disparada. Morihei voltou para sua vida na agricultura depois de 4 anos no exército, em que foi premiado com muitas condecorações.

Uma das visões que transformaram a vida de Ueshiba, aconteceu em 1925 quando Morihei Ueshiba tinha 42 nos, um instrutor de Kendo desejando testar a reputação de Ueshiba, visitou seu Dojo e decidiu ataca-lo, usando seu sexto sentido, Ueshiba desviava dos ataques deste oficial. Depois que o oficial se foi, Ueshiba sentou-se em seu jardim para descansar. Repentinamente ele sentiu-se como se banhado por uma luz divina e o chão pareceu-lhe tremer. Morihei imaginou que ele tivesse se transformado num ser divino que preenchia o espaço e a barreira entre o mundo material e o espiritual. Ele conclui a partir dai que o significado verdadeiro do Budo é o amor.

Durante a II Guerra Mundial, Ueshiba teve a visão do grande espírito da paz. Depois disso, Ueshiba passou a ensinar a arte da paz, através do Aikido, como uma disciplina de mente-corpo, com meios práticos de controlar o espírito agressor e como um meio de vida que promove a sabedoria e o amor.

Ueshiba interpretou a arte da paz num sentido mais amplo e acreditou que seus princípios do reconciliação, da harmonia e da cooperação poderiam se aplicar bravamente a todos os desafios que nós enfrentamos na vida, em relacionamentos pessoais, em como nós nos interagimos com a sociedade e a natureza, no trabalho e nos negócios. Acreditou que todos poderia ser um guerreiro para a paz.

O governo japonês reconheceu oficialmente o Aikido em 1940. Quando Ueshiba se afastou em 26 de abril de 1969, o governo declarou-o um tesouro nacional sagrado do Japão.

Aikido Hoje

O Aikido propicia ao praticante, através do treinamento persistente, o domínio das técnicas de concentração e relaxamento, possibilitando a defesa pessoal, a manutenção da saúde e evolução espiritual. Conseqüentemente, pessoas de ambos os sexos e todas as idades podem pratica-lo, com a real possibilidade de treinar a mente e o corpo, forjando um caráter equilibrado, usufruindo seu treinamento em todos os momentos da vida cotidiana.